“O Fluminense é f...”. Foi assim, com a autoridade de quem tem o sangue do encarnado correndo nas veias fervorosamente, que Abel Braga deixou uma coletiva de imprensa anos atrás. O gesto, recordado pela torcida até hoje, dá o tom do tamanho da idolatria do treinador, eleito o melhor técnico do Brasileirão 2020. Mas sua identificação com o Tricolor não resume uma carreira repleta de glórias e títulos conquistados. Abel é, antes de mais nada, um vencedor nato, daqueles que respiram conquistas. E agora, de volta às Laranjeiras depois de quase quatro anos, ele terá a missão de novamente fazer aquilo a que se habituou ao longo de sua carreira: erguer troféus.Abel Carlos da Silva Braga nasceu em 1952, ano em que o Fluminense se sagrou campeão mundial. Ao longo desses 69 anos, aquele menino que ainda jovem iniciou sua carreira como jogador nas Laranjeiras se desenvolveu e ganhou o mundo. Enquanto atleta, ajudou o Tricolor a conquistar três títulos estaduais e chegou à seleção brasileira olímpica que foi aos Jogos de Munique em 1972. Cada vitória e cada derrota como atleta ajudaram Abelão a pavimentar a estrada para uma carreira de ainda mais sucesso como treinador.O jeito por vezes sisudo pode até hora ou outra ofuscar o coração enorme de Abel Braga. Este jeito sério talvez seja um traço de personalidade de alguém que, ainda que sem perceber, canaliza e concentra um desejo irrefutável de vencer sempre, que cultivou durante toda sua vida. O primeiro trabalho de Abel Braga como treinador foi no Goytacaz, equipe do Noroeste do Estado do Rio, em 1985. De lá, alçou voos mais altos para tornar-se ídolo em Portugal, onde comandou Rio Ave, Galícia e, mais tarde, Famalicão, Belenenses e Vitória de Setúbal. Aos poucos, Abel foi adquirindo experiência e conhecimento para se estabelecer em uma nova prateleira entre os treinadores brasileiros.De volta ao Brasil, ele chegou ao Santa Cruz em 1987, ano em que conquistaria seu primeiro título fora das quatro linhas: o Campeonato Pernambucano. Nos anos seguintes, como quem tivesse gostado do que havia provado, Abel voltou a ser campeão estadual defendendo Athletico Paranaense, Coritiba e Flamengo.À essa altura, sua ligação com o Fluminense se restringia aos tempos de jogador. Mas este elo se fortaleceu em 2005, quando Abel Braga chegou ao clube para trabalhar como treinador pela primeira vez. Começava ali sua idolatria junto à torcida tricolor, após uma temporada que se encerrou com o título o Campeonato Carioca, o vice da Copa do Brasil e uma boa campanha no Brasileiro, em que o time ficou muito próximo de garantir uma vaga na Libertadores depois de 20 anos.Em 2006, Abel se transferiu para o Internacional, onde conduziu a equipe gaúcha aos dois maiores títulos de sua história: a Libertadores e o Campeonato Mundial daquele ano, conquistado ao vencer o poderoso Barcelona de Messi e Ronaldinho Gaúcho na decisão em Yokohama, no Japão.As conquistas expressivas jogaram luz sobre o trabalho de Abel e despertaram o interesse do milionário futebol asiático, para onde o treinador embarcou em uma nova aventura em sua carreira. No Al-Jazira, clube dos Emirados Árabes, conquistou a Copa do Presidente e o Campeonato Local, chegando até a ser cogitado para comandar a Seleção Emiradense. Abel, no entanto, preferiu voltar para casa: as Laranjeiras.Abelão reencontrou o Fluminense em meados de 2011 e levou o time ao terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, como quem estivesse apenas esquentando os motores para o que viria a seguir. No ano seguinte, seu time ganhou quase todos os campeonatos que disputou: Taça Guanabara, Campeonato Carioca e, por fim, Abel conquistou o único título que faltava em sua superlotada prateleira de troféus: o Campeonato Brasileiro.Após sua saída do Tricolor, em 2013, Abel ainda conquistou mais dois títulos estaduais — por Internacional, em 2014, e Flamengo, em 2019.A terceira passagem do treinador pelo Fluminense, entre 2017 e junho de 2018, também não chegou ao fim sem que ele gritasse “é campeão!”. Abel conduziu o Tricolor a mais dois troféus: a Taça Guanabara de 2017 e a Taça Rio de 2018.O último trabalho de Abel Braga no futebol brasileiro foi desenvolvido no ano passado. Contratado para substituir Eduardo Coudet no Internacional, ele comandou uma incrível campanha que terminou com vice-campeonato brasileiro, competição da qual foi eleito o melhor técnico no Prêmio Brasileirão organizado pela CBF.Em 2022, depois de um trabalho de intensa reestruturação nos últimos dois anos, o Fluminense se prepara para alçar voos mais altos, que devem sempre nortear um clube de tamanha grandeza. Na disputa da Copa Libertadores pelo segundo ano consecutivo, o Tricolor terá Abel Braga, segundo técnico que mais dirigiu o Time de Guerreiros, como o comandante cuja missão será recolocar o clube no caminho dos títulos.Fotos: Daniel Perpetuo/FFCTexto: Comunicação/FFC
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