“Paixão Nacional”, o futebol nem sempre teve o espaço que ocupa hoje no país e já foi considerado “um estranho” para intelectuais – que o definiram como algo passageiro – e sindicalistas – que acreditavam ser uma forma de alienação criada por empresários para iludir a classe operária. Coube a Arnaldo Guinle, patrono do Fluminense, e ao escritor Coelho Netto - dois Tricolores de primeira linha - o início do fortalecimento do “esporte bretão”.
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A partir da primeira década do Século XX, Arnaldo Guinle produziu grandes obras na sede tricolor. Com a ideia de incentivar a prática esportiva no país, ele fez surgir o primeiro estádio de futebol do Brasil para grandes públicos, além da criação da primeira piscina em um clube de futebol brasileiro, um ginásio, um estande de tiro desportivo e, também, de um estádio de tênis.
Na defesa de um ideal, Coelho Netto foi à frente em uma batalha aberta contra escritores que, à época, não viam o futebol como algo que tivesse futuro. Defender esse pioneirismo não foi tão simples, porque existia vozes contrárias na sociedade nacional, como Lima Barreto, por exemplo. Tais críticas causaram desentendimentos entre ele e Coelho Netto, pai de dois grandes atletas do clube.
Coelho Netto era entusiasta do desenvolvimento do esporte no Brasil. Em suas crônicas, o escritor sempre defendeu o crescimento do futebol no país, pois acreditava que a prática dele era importante para a construção de valores morais e educativos na sociedade. Já Lima Barreto tinha visão contrária, por acreditar que a novidade não seria de interesse do povo, porque ter algo da elite.
Segundo explica Dhaniel Cohen, do Flu-Memória, grande tricolor, Henrique Maximiano Coelho Netto foi o primeiro escritor brasileiro a exaltar o futebol em suas crônicas, travando verdadeiras batalhas literárias com alguns modernistas. “Eles eram críticos ferozes do esporte. Lima Barreto chegou a afirmar que o futebol fora responsável pela eclosão da Primeira Guerra Mundial. Já Graciliano Ramos, autor de Vidas Secas, defendia apenas a promoção de esportes genuinamente nacionais, como porrete, cachação, queda de braço, entre outros”.
Cohen afirma, ainda, que Coelho Netto sofreu muito, apesar de ser respeitado, ocupar a cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras e ainda ter sido eleito o príncipe dos prosadores brasileiros. “Essa rivalidade com tantos intelectuais importantes foi ruim para ele e, por tabela, para o Fluminense”.
As lideranças sindicais da época, também, viam o esporte com desconfiança. Acreditavam que ele era uma produção dos donos das fábricas para desviar a atenção da classe operária. A visão começou a mudar a partir da década de 1910, quando se tornaram comuns eventos para divulgar a classe trabalhadora com partidas entre times operários.
Mas a defesa de Coelho Netto ao desenvolvimento do esporte no Brasil ganhou mais fundamentos quando a seleção brasileira conquistou, em 1919, o Sul-Americano de Seleções, no Estádio de Laranjeiras. Desde então, o futebol passou a se tornar uma paixão nacional, atingindo as mais diversas classes sociais do país. “A partir da conquista pelo Brasil no Estádio de Laranjeiras, a iniciativa de Coelho Netto de incentivar o futebol nas letras ganhou ainda mais sentido. Se hoje temos tantos jornalistas, escritores e cronistas esportivos, certamente tem enorme contribuição do pai dos jogadores Tricolores Preguinho e Mano”, concluiu.
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